Enfim estreamos, a conclusão de um ciclo de 12 meses, um ciclo que teve muitas dificuldades. Nosso curso teve por duas vezes troca de professores, algo que interfere muito em nosso processo, pois cada professor tem uma metodologia diferente, e a identificação com a turma é algo que se constrói em um processo. Sorte tivemos excelentes profissionais, Silvero Pereira, Tomaz de Aquino e por último Paula Yemanjá.
O nervosismo estava presente no elenco, mas conseguimos segurar a pressão manter a tranquilidade. Fizemos o ensaio aberto no dia 16, uma sexta, que foi praticamente a estreia, pois passamos todo o espetáculo sem pausas e por falta de tempo não pudemos ter um diálogo maior com a plateia sobre as impressões. Alguns amigos nos disseram o que acharam, nos deram algumas dicas.
Mas a Paula achou o final um tanto quanto cortar os pulsos down. No dia seguinte ela me ligou falando sobre isso e resolvemos por um novo final, um pouco mais UP! Funcionou, ficou muito melhor e o espetáculo finaliza com uma energia mais positiva, deixando o espectador com um fio de pensamento sobre a nossa cidade, sobre como nós a construímos e como podemos transformá-la, mesmo que apenas o nosso olhar sobre ela...
Foi difícil, deu trabalho, mas o nosso menino espetáculo saiu... E até chorou um pouco, para mostrar que estava vivo, mas agora ele também ri, e o espectador ri com ele... E ele sonha, ele se conta, se abre, mostra para as pessoas o que elas não conseguem ver, porque nós estamos cegos ao que nos cerva, e a Cidade sem nome nos abre os olhos para isso...
Agora nossa criança Cidade sem nome cresce e se desenvolve, a cada apresentação evolui e toma mais forma, fica mais homem espetáculo. Entendemos assim o nosso espetáculo, um bebê que está nos primeiros dias, mas que se desenvolve em uma velocidade maravilhosamente prazerosa. Já recebe elogios, já faz as pessoas gostarem de ter saído de casa, tarefa um tanto quanto difícil nos nossos dias...
Terminamos nossa rápida temporada hoje, com duas sessões, 16h e 19h, entradas 10 a inteira e 5 a meia, no palco principal do Theatro José de Alencar. Ainda não temos a data exata de quando voltamos, para mostrar nosso menino espetáculo ainda mais maduro.
